Moção aprovada pela Congregação do IFCS em 3 de julho de 2024
A Congregação do IFCS sempre foi respeitosa aos movimentos políticos das categorias que a compõem. Sempre respeitou as greves docentes quando deliberadas nas suas assembleias; respeitou a recente greve de técnicos, inclusive redimensionando a sua própria secretaria; e também respeitou o movimento discente, sobretudo em seus anseios, por todos partilhados, de reparos na infraestrutura do prédio do IFCS. Esta relação de respeito está fundada tanto no espírito de comunidade do seu corpo social quanto nos objetivos precípuos de uma instituição acadêmica, na qual a relação entre discentes e docentes deve ser de aprendizagem comum em diálogo, confiança mútua e liberdade, e nas quais os técnicos atuam para que toda a instituição alcance os mais excelentes objetivos de formação, pesquisa e extensão.
Sem o efetivo respeito às pessoas e ao coletivo reunido e representado no corpo deliberativo maior do IFCS que é a sua Congregação, ficam comprometidos os meios e os fins éticos e acadêmicos próprios da missão universitária. Para tanto, há ritos, decoro e respeito à verdade que devem ser cumpridos por todos.
No dia 25 de junho de 2024, houve uma assembleia discente que votou por findar a greve no dia 02 de julho de 2024, junto com a greve dos técnicos. No entanto, a ata do encontro foi mantida deliberadamente em sigilo, ocultando as informações para o corpo discente, docente e de técnicos administrativos presentes na Congregação extraordinária do dia 26 de junho de 2024. Interpelada a representação discente por duas professoras, chefes de departamento, acerca da deliberação da assembleia discente sobre a continuidade ou não da greve, o representante discente mentiu, dizendo que a greve não tinha previsão de acabar. Esta informação era decisiva para o ponto único daquela reunião extraordinária da Congregação, a saber, a conclusão do semestre letivo e as avaliações de curso.
A deliberada ocultação é grave, quando docentes e discentes buscavam juntos encontrar as melhores formas de concluir o semestre sem maiores prejuízos aos discentes. Ela é ainda mais grave porque mina a função precípua da representação por categoria, que é a de transmitir os anseios da categoria à Congregação e, reciprocamente, as deliberações da Congregação à categoria representada. A mentira e a ocultação tornam sem efeito toda a confiança exigida pela transparência da representação e desrespeita todas as pessoas que compõem a Congregação do IFCS. Por cima de tudo, há o agravo de mentir deliberadamente ante a pergunta reiterada mais de uma vez sobre o ponto que para todos os presentes era crucial para as deliberações daquela reunião.
Por tudo isso, a Congregação faz um voto de desconfiança àqueles que desonraram a função de representação e desrespeitaram o coletivo da Congregação do IFCS. A Congregação ante o desrespeito às pessoas que a integram, solicita aos Centros Acadêmicos que revisem, em seus coletivos, a postura ética na sua representação do corpo discente na Congregação do IFCS.