Em cidades do mundo inteiro, espaços urbanos e populações são policiados por uma ampla gama de agentes interligados: a polícia, os militares, guardas de segurança uniformizados, vigias voluntários de bairro e também, em muitos casos, grupos criminosos. Além desses vários agentes policiais públicos e privados, a proteção da vida e da propriedade também envolve uma ampla gama de entidades não-humanas: desde muros altos e portões eletrônicos, até armamentos e sistemas de alarmes.
Além disso, muitos temerosos residentes urbanos se voltam para entidades espirituais, de Deus ou Alá a espíritos ancestrais e santos padroeiros, em busca de segurança. O policiamento urbano é montado através das conexões dinâmicas entre estes elementos humanos e não-humanos. Esta apresentação explora a política de proteção e de perigo para além do humano. Como as entidades não-humanas, desde os cães de segurança até as tecnologias digitais, inscrevem-se no policiamento urbano? Como elas estruturam as relações entre protetores e protegidos? Entre espaços urbanos ameaçados e ameaçadores?
Enfatizando o papel político de várias tecnologias, objetos materiais e entidades espirituais, a apresentação abre uma perspectiva mais-que-humana sobre as conexões entre o policiamento urbano e a desigualdade.
Com base em pesquisas etnográficas em cinco cidades, discutimos como se desenrola a política de proteção na vida cotidiana; como a proteção é alcançada através de diferentes configurações sociomateriais que negligenciam ou agravam vulnerabilidades – e legitimam diferentes formas de poder. Ao mesmo tempo em que se destaca o papel do policiamento público e privado, a apresentação argumenta que também precisamos entender como entidades não-humanas integram estas relações políticas de proteção e de perigo.
Realização: 10/11, às 14h, na sala 109 (Evaristo de Morais Filho) do IFCS.